Estudo: Órgãos dos sentidos: Olfato (08/09/2011)
Adaptação por Pra. Dináura de C. Assunção / Motogrupo Azes Gospel
1 Cor 10.1-6;11
A linguagem simbólica, na Bíblia, tem a função didática: é utilizada para tornar mais claro o significado de uma expressão. Através de coisas materiais, do nosso cotidiano, podemos conhecer, em figuras, verdades espirituais mais profundas. A Bíblia emprega uma linguagem simbólica, muitas vezes, para apresentar a si mesma, para que, por meios dos símbolos, possamos conhecer melhor o efeito da leitura do texto sagrado, em nossas vidas.
a) Espelho
Um destes símbolos é apresentado pelo apóstolo Tiago: “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg 1.23,24).
Tiago esta querendo nos apresentar o poder revelador da Palavra de Deus. Ele queria nos mostrar como a Bíblia é eficaz em mostrar quem somos, e como estamos, a fim de que possamos buscar um aperfeiçoamento, através da correção dos nossos atos e atitudes, conforme a orientação bíblica. Por esta razão, compara a Bíblia a um espelho.
A utilidade do espelho
Pensemos na utilidade de um espelho, e o quanto ele faz parte da nossa vida. Levantamos pela manhã e quem é a primeira imagem que procuramos? O espelho! Ou melhor, a nossa imagem refletida no espelho. Imagine um adolescente, em cuja face começam a sair espinhas. Quantas vezes, por dia, ele olha-se no espelho? E a mocinha arrumando-se para encontrar-se com o namorado? E a irmã aprontando-se para uma festa de casamento? E o senhor, cuja cabeça começa a branquear e as rugas começam a aparecer? Quantas vezes por dia, ou por hora, eles consultam o espelho?
Como podemos avaliar a nossa aparência, sem o espelho? Como saberemos se estamos adequadamente vestidos, ou se a roupa está combinando com os acessórios? De que maneira poderemos verificar se estamos bem penteados ou se o cabelo está bem dividido ou a gravata não está torta? Como podemos identificar se limpamos completamente o rosto ou se não ficou algo sujo na boca, no rosto ou nos dentes, se não consultarmos o espelho?
E como que regularidade o consultamos? Será que uma rápida olhada no espelho, só de passagem, para uma consulta ligeira, uma vez por semana, é suficiente? Se nos olhamos demoradamente pela manhã, ao nos vestirmos, isso já será suficiente pelo resto do dia? Ou nos miramos no espelho todas as vezes que achamos que algo está fora de lugar? Quem resiste ao apelo de uma verificação do seu visual, sempre que se depara com um espelho?
O uso do “espelho” espiritual
Precisamos, de igual modo, de avaliarmos a nossa “aparência espiritual” constantemente, através da Bíblia Sagrada. Uma olhada rápida no texto áureo da lição dominical não é suficiente; somente a leitura “oficial” que fazemos nos cultos, também não. Sendo a Bíblia um espelho, e tendo, cada um de nós, a necessidade de verificar a nossa situação, para corrigirmos os nossos “desvios de rota”, precisamos consultar o nosso “espelho divino” diariamente, constantemente.
Somente através desta leitura cotidiana da Bíblia e da aplicação diária de suas verdades em nossas vidas poderemos identificar as nossas falhas e debilidades e, assim, buscar a ajuda do Senhor para corrigirmos a nossa atitude diante dele. Sem isto, vamos viver sem saber se estamos agradando a Deus, ou se o desagradamos.
b) Alimento
O profeta Jeremias faz uma declaração simbólica a respeito da Palavra de Deus, dizendo: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos Exércitos” (Jr 15.16). Há um símbolo semelhante no livro do Apocalipse, quando o anjo dá um livro ao apóstolo e ele o come, e é doce à sua boca, mas torna-se amargo no ventre (Ap 10.8-10).
Porque nos alimentamos?
Há pelo menos duas realidades que envolvem a degustação de alimentos: prazer e nutrição. Prazer é o deleite que é produzido ao saborear um delicioso alimento. Diz respeito à sensação agradável provocada pela ingestão de guloseimas e outras iguarias. Nutrição diz respeito ao valor nutritivo dos alimentos. São os ingredientes necessários à manutenção da vida do corpo e que nos dão sustento e saúde.
Prazer
São muitos os cursos e as técnicas utilizadas para extrair os melhores sabores dos alimentos, com a finalidade de preparar os melhores pratos, para atrair os amantes da boa culinária. Cozinheiros famosos fazem sucesso pela capacidade de preparar as melhores iguarias. Isto tudo pelo grande prazer de degustar um bom alimento. Dois sentidos do corpo humano são utilizados neste processo: o olfato identifica o cheiro dos alimentos e o paladar o sabor. Juntos, enviam ao cérebro os impulsos que identificam o aroma e o sabor.
Imagine aquele prato especial que a mamãe prepara e que tanto nos agrada! O simples fato de trazê-lo à memória nos causa uma sensação de desejo e salivação. Quando sentimos o agradável odor que ele exala e percebemos o sabor prazenteiro que possui, comemos com muita satisfação e alegria. A sensação de gozo é que nos leva a querer repetir o processo. Razão pela qual sempre aceitamos o convite para degustar aquele prato.
Como é triste uma pessoa que perdeu o paladar ou o olfato, e não consegue mais sentir o cheiro e saborear o gosto dos alimentos. Quase sempre, quando sentimos fastio e perdemos o prazer pela comida, isto está associado a uma doença ou mal-estar. Pode ser uma gripe forte, que afeta o olfato, ou alguma inflamação ou reação alérgica, que altere o sabor dos alimentos à nossa boca, e que nos faz perder o prazer de degustá-los.
A leitura da Palavra de Deus deve produzir também uma sensação agradável ao nosso espírito. O salmista declara, a respeito do homem bem-aventurado no Salmo 1: "...tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite" (v.2). O salmista também afirma: “Venham sobre mim as tuas misericórdias, para que viva, pois a tua lei é a minha delícia” (Sl 119.77). Ele não está falando que lê a Bíblia porque está sendo obrigado por alguém ou pela exigência do cargo ou compromisso, mas de um leitor movido pelo prazer da leitura da Palavra de Deus.
Nutrição
A outra realidade envolvida no alimento é a nutrição. Tratam-se dos nutrientes, fornecidos pelos alimentos que são fundamentais para a realização das funções vitais de cada ser vivo. Com uma boa alimentação, através de uma dieta balanceada, podemos fornecer às células do corpo não só a quantidade como também a variedade adequada de substâncias importantes para seu bom funcionamento. Às vezes, comemos um alimento que não é tão saboroso, mas sabemos que é necessário, pelo seu valor nutricional.
A Palavra de Deus é o alimento que vai fornecer à alma os “nutrientes espirituais” necessários para dar força e robustez à vida espiritual. Falando sobre a necessidade de alimento espiritual de cada um de nós, Jesus falou: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4.4). Ele também nos incentivou a trabalhar “pela comida que permanece para a vida eterna” (Jo 6.27).
Estes dois fatores se completam, no tocante à degustação dos alimentos: quando somos atraídos pelo prazer, ingerimos o alimento que nos fornece a nutrição. Isto nos dará a saúde para continuarmos com os sentidos funcionando, o que fará com que o desejo de alimentar-se não deixe de existir. Prazer e nutrição; vontade e necessidade. É um ciclo maravilhoso, responsável pela manutenção da vida.
O fastio espiritual
Se não temos prazer na leitura constante da Bíblia Sagrada, e sentimos um “fastio espiritual”, certamente temos alguma dificuldade. Uma pessoa pode não desejar comer um alimento, em geral, por duas razões: não conhece o sabor ou valor do alimento, pelo fato de nunca tê-lo provado, ou está com algum problema, que muda o sabor do alimento ou provoca fastio. Em ambos os casos, só há um remédio: ler a Bíblia. Quanto mais ler, mais conhecerá as riquezas deste tesouro e mais terá desejo de descobrir este sabor.
Por outro lado, a leitura da Bíblia fornecerá o vigor espiritual que necessita para manter um bom desenvolvimento espiritual, a fim de ter saúde para resistir aos ataques espirituais que querem debilitar o espírito e alquebrar a alma, provocando uma fragilidade diante das tentações.
Há, porém, uma grande diferença entre o alimento espiritual e o material: o alimento material produz saciedade, quando ingerido na quantidade certa, e pode provocar problemas, se ingerido em demasia. O alimento espiritual, entretanto, não possui nenhuma contra-indicação e nunca nos sentimos saciados suficientemente, porque quanto mais o buscamos, mais sentimos fome de Deus.
Bibliografia
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo, Vida Nova: 1999, 1ª edição.
DUFFIELD, Guy P., VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. Vol 1. São Paulo: Quadrangular, 2000.
http://www.estudosgospel.com.br/estudos/diversos/a-linguagem-simbolica-das-escrituras.html
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